Doença renal em idosos
- Rafaela Sampaio
- 17 de fev.
- 3 min de leitura
Atualizado: 15 de mar.

A doença renal crônica ocorre quando os rins apresentam alterações na função ou estrutura por mais de 3 meses, impactando significativamente a saúde dos idosos. Ela é classificada com base na doença de origem, na taxa de filtração glomerular (TFG) e na perda de proteínas na urina. O quadro piora à medida que a TFG diminui e a perda de proteínas aumenta.
O envelhecimento da população, o aumento da hipertensão, do diabetes e das doenças relacionadas à obesidade são fatores que contribuem para o crescimento da doença renal crônica (DRC), que atualmente afeta mais de 10% da população mundial.
Nos idosos, o diagnóstico e o tratamento da DRC apresentam particularidades que exigem uma abordagem individualizada. A análise dos exames laboratoriais para avaliar a progressão da doença deve considerar os hábitos de vida e o estado nutricional do paciente.
Quais são os sintomas mais comuns?
O acúmulo de substâncias tóxicas no organismo leva a um quadro clínico conhecido como uremia. Seus principais sintomas incluem: fraqueza, perda de apetite, soluços, gosto metálico na boca, náuseas, vômitos, desorientação, sonolência e, em casos graves, coma.
Restrição de Sódio
Em rins saudáveis, o excesso de sódio e água é rapidamente eliminado pela urina. No entanto, na doença renal, ocorre retenção de sódio e água no organismo, o que pode causar sede, inchaço (edema) e aumento da pressão arterial.
Embora o sódio esteja presente naturalmente em diversos alimentos, a principal fonte é o sal de cozinha. É importante ter atenção aos alimentos industrializados, já que muitos contêm sal em seu processo de fabricação. Por isso, é essencial verificar os teores de sódio nos rótulos dos alimentos.
Potássio
Os rins desempenham um papel importante na excreção do potássio, eliminando cerca de 80% a 90% do potássio ingerido pela dieta, enquanto o restante (10% a 20%) é excretado pelas fezes.
Algumas orientações importantes para o manejo do potássio na alimentação incluem:
Reduzir o consumo de alimentos ultraprocessados, especialmente aqueles que contêm aditivos de potássio.
Antes de diminuir o consumo de alimentos com alto valor nutricional, como frutas e vegetais, investigar e tratar outras causas de aumento do potássio.
Priorizar alimentos nutritivos e reduzir o consumo de itens com baixo valor nutricional, como batata frita, sucos industrializados e chocolates.
Aplicar técnicas dietéticas para diminuir o teor de potássio nos alimentos. Por exemplo, cozinhar vegetais em água pode remover aproximadamente 60% do potássio, sendo uma estratégia eficaz para manter o consumo diário recomendado de vegetais com porções de baixo teor de potássio.
Essas práticas ajudam a equilibrar a ingestão de potássio, preservando a saúde renal sem comprometer a qualidade nutricional da alimentação.
Fósforo
O fósforo orgânico, encontrado em alimentos como carnes, ovos e laticínios, possui uma taxa de absorção de 60% a 70%. Por outro lado, o fósforo inorgânico presente nos aditivos alimentares tem biodisponibilidade de 100%, tornando-se o principal alvo das restrições para pacientes com níveis elevados de fósforo.
Alguns exemplos de aditivos ricos em fósforo incluem: trifosfato de sódio, difosfato dissódico, monofosfato monossódico, fosfato de sódio, ácido fosfórico, ortofosfato trissódico, bifosfato de potássio, entre outros.
Tratamento Conservador
O tratamento conservador envolve diversas medidas medicamentosas e nutricionais que ajudam a reduzir os sintomas e a retardar a progressão da perda da função renal. As principais recomendações incluem:
Alimentação com pouco sal, para auxiliar no controle da pressão arterial, e com baixa ingestão de proteínas (especialmente carnes), a fim de evitar o aumento da ureia no sangue. A orientação e o acompanhamento devem ser realizados por um nutricionista.
Redução do consumo de líquidos em alguns casos, conforme orientação médica.
Controle da pressão arterial, com o uso de medicação, quando necessário, e redução do consumo de sal na alimentação.
Referência:
Stevens, P. E., Ahmed, S. B., Carrero, J. J., Foster, B., Francis, A., Hall, R. K., Herrington, W. G., Hill, G., Inker, L. A., Kazancıoğlu, R., Lamb, E., Lin, P., Madero, M., McIntyre, N., Morrow, K., Roberts, G., Sabanayagam, D., Schaeffner, E., Shlipak, M., … Levin, A. (2024b). KDIGO 2024 clinical practice guideline for the evaluation and management of chronic kidney disease. Kidney International, 105(4), S117–S314. https://doi.org/10.1016/j.kint.2023.10.018

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